Aspergilose disseminada em cães

A aspergilose é uma infecção fúngica grave e potencialmente fatal que afeta cães. Enquanto as espécies de Aspergillus, particularmente Aspergillus fumigatus, são mais comumente associados a infecções respiratórias, eles também podem causar aspergilose disseminada (sistêmica), que é muito mais grave. A aspergilose disseminada em cães é uma condição em que a infecção se espalha do sistema respiratório para outras partes do corpo, incluindo ossos, rins, olhos e sistema nervoso central. O reconhecimento precoce, o diagnóstico preciso e o tratamento adequado são cruciais para o manejo dessa doença.
Aqui estão mais detalhes sobre a aspergilose disseminada em cães.
O que é aspergilose disseminada em cães?
Aspergilose refere-se a infecções causadas por fungos do gênero Aspergillus, que é comumente encontrado no meio ambiente, particularmente em matéria orgânica em decomposição, como feno, composto e ambientes úmidos. Em cães, a aspergilose pode afetar tanto o sistema respiratório quanto outros órgãos em todo o corpo. Quando a infecção se espalha além das passagens nasais e pulmões para outros órgãos, como ossos, rins, olhos ou sistema nervoso central, ela é chamada de aspergilose disseminada.
No caso da aspergilose disseminada, o fungo se espalha hematogenamente (através da corrente sanguínea) dos pulmões ou seios da face para vários órgãos e tecidos. Essa forma de aspergilose é muito mais grave do que as formas localizadas e geralmente leva a doenças sistêmicas, que podem ser fatais se não forem tratadas.
Como os cães contraem aspergilose disseminada?
Os cães podem contrair aspergilose disseminada através da inalação de Aspergillus esporos do ambiente. Os esporos podem estar presentes em grandes quantidades em áreas com matéria orgânica em decomposição, como feno mofado, porões úmidos ou áreas de armazenamento mal ventiladas. Uma vez inalados, esses esporos podem causar infecção no sistema respiratório, principalmente nas passagens nasais e seios nasais. Em alguns casos, a infecção pode se espalhar para a corrente sanguínea e se disseminar para outros órgãos, resultando em uma infecção sistêmica.
Certos fatores e condições ambientais aumentam o risco de um cão desenvolver aspergilose disseminada:
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Deficiência do sistema imunológico: Cães com sistema imunológico comprometido são mais suscetíveis a infecções fúngicas. A imunossupressão pode ocorrer devido a vários motivos, incluindo infecções concomitantes, corticoterapia ou outras doenças que afetam a função imunológica.
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Predisposição da raça: Algumas raças de cães são geneticamente predispostas à aspergilose. Por exemplo, sabe-se que os pastores alemães têm um risco maior de desenvolver aspergilose disseminada, especialmente aqueles com anormalidades do sistema imunológico.
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Idade e Saúde: Cães mais jovens e mais velhos podem ser mais vulneráveis devido ao desenvolvimento ou enfraquecimento do sistema imunológico. Cães com condições preexistentes, como diabetes ou outras doenças crônicas, também correm maior risco.
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Exposição Ambiental: Cães que vivem ou têm acesso a ambientes úmidos e mofados correm maior risco de inalar Aspergillus esporos, o que aumenta sua probabilidade de desenvolver infecções localizadas e disseminadas.
Sintomas de aspergilose disseminada em cães
Os sintomas da aspergilose disseminada podem ser bastante variáveis, dependendo de quais órgãos são afetados pela infecção. Alguns cães podem apresentar apenas sintomas leves, enquanto outros podem apresentar sinais sistêmicos graves de doença. Os sintomas geralmente refletem os sistemas de órgãos envolvidos:
Sintomas respiratórios (devido à invasão fúngica inicial da cavidade nasal ou pulmões):
- Secreção nasal: Secreção nasal espessa, amarela ou verde é frequentemente o primeiro sinal de uma infecção fúngica respiratória. Em alguns casos, a secreção pode ser sanguinolenta ou purulenta.
- Espirrar: Espirros frequentes são um sintoma comum, especialmente quando a infecção afeta os seios da face ou as passagens nasais.
- Tosse e dificuldade para respirar: À medida que o fungo se espalha nos pulmões ou no trato respiratório, pode ocorrer tosse, chiado no peito ou dificuldade para respirar.
- Perda de apetite: Cães com aspergilose respiratória podem apresentar sinais de diminuição do apetite ou perda de peso devido à dificuldade para comer e mal-estar geral.
Sintomas sistêmicos (da disseminação fúngica para outros órgãos):
- Febre: Muitos cães com aspergilose disseminada desenvolverão febre devido à infecção sistêmica.
- Claudicação ou dor: Quando a infecção atinge os ossos ou articulações, o cão pode apresentar claudicação, inchaço nas articulações ou dor óssea.
- Sinais neurológicos: Se a infecção se espalhar para o cérebro ou sistema nervoso central, os cães podem apresentar convulsões, movimentos descoordenados (ataxia), cegueira ou alterações comportamentais.
- Envolvimento renal: Se o fungo infectar os rins, podem ocorrer sintomas de insuficiência renal, incluindo aumento da ingestão de álcool e micção (polidipsia e poliúria), letargia e vômitos.
- Envolvimento ocular: As infecções fúngicas também podem afetar os olhos, levando a sintomas como vermelhidão ocular, secreção, inchaço ou até perda de visão em casos graves.
Como a aspergilose disseminada pode envolver vários sistemas de órgãos, os cães podem apresentar uma combinação de sintomas respiratórios, sistêmicos e localizados. A natureza progressiva da doença significa que os sintomas podem piorar rapidamente, tornando o diagnóstico e o tratamento precoces cruciais.
Diagnóstico de aspergilose disseminada em cães
O diagnóstico de aspergilose disseminada em cães pode ser desafiador devido à ampla gama de sintomas que se sobrepõem a outras condições. Os veterinários geralmente contam com uma combinação de sinais clínicos, diagnóstico por imagem, testes laboratoriais e cultura fúngica para confirmar o diagnóstico.
1. Exame físico e histórico médico
Um exame físico completo ajudará a identificar sintomas como secreção nasal, dor e febre. Um histórico médico detalhado, incluindo qualquer exposição anterior a ambientes mofados ou condições de saúde subjacentes, também ajudará no processo de diagnóstico.
2. Cultura e citologia de fungos
A maneira mais definitiva de diagnosticar a aspergilose é por meio de uma cultura fúngica de uma amostra de tecido. As amostras podem ser obtidas de secreção nasal, biópsia de tecidos afetados (como osso ou pulmão) ou fluido dos olhos ou do sistema nervoso central. Uma vez cultivada, a presença de Aspergillus podem ser confirmadas.
3. Exames de imagem
- Raios-X: Radiografias de tórax e nasal (raios-X) podem revelar sinais de infecção pulmonar, sinusite ou alterações na estrutura óssea.
- Tomografia: Uma técnica de imagem mais detalhada, como uma tomografia computadorizada, pode ajudar a identificar lesões fúngicas nos seios da face, pulmões, ossos e outros órgãos.
- RESSONÂNCIA: Se houver sintomas neurológicos, uma ressonância magnética pode ser realizada para avaliar o envolvimento fúngico no cérebro ou na medula espinhal.
4. Testes sorológicos
Os exames de sangue podem detectar anticorpos ou antígenos associados a infecções fúngicas. No entanto, esses testes nem sempre são conclusivos e devem ser interpretados em conjunto com outros métodos diagnósticos.
5. Biópsia
Nos casos em que há suspeita de infecção fúngica em tecidos mais profundos, como ossos ou órgãos internos, uma biópsia pode ser necessária para confirmar a presença de Aspergillus.
Tratamento da aspergilose disseminada em cães
O tratamento da aspergilose disseminada em cães é desafiador e geralmente envolve uma combinação de terapia antifúngica e cuidados de suporte. A detecção e o tratamento precoces melhoram significativamente o prognóstico.
1. Medicamentos antifúngicos
O tratamento primário para aspergilose disseminada envolve medicamentos antifúngicos. Os medicamentos antifúngicos mais comumente usados incluem:
- Itraconazol: Um antifúngico amplamente utilizado que é eficaz no tratamento da aspergilose sistêmica. Normalmente é administrado por via oral.
- Voriconazol: Outro antifúngico potente que pode ser usado para casos mais graves ou refratários.
- Fluconazol: Às vezes usado para tratar infecções que afetam o cérebro ou o sistema nervoso central.
- Anfotericina B: Este potente antifúngico é geralmente reservado para casos graves ou refratários e geralmente é administrado por via intravenosa.
O tratamento pode precisar continuar por vários meses, dependendo da gravidade da infecção e da resposta à terapia. Em alguns casos, a terapia antifúngica é necessária por um ano ou mais.
2. Cirurgia
Nos casos em que a aspergilose afetou órgãos específicos, como seios da face ou ossos, a cirurgia pode ser necessária para remover lesões fúngicas ou desbridar tecidos infectados.
3. Cuidados de suporte
Cães com aspergilose disseminada podem necessitar de cuidados de suporte, incluindo fluidos intravenosos, suporte nutricional e controle da dor. Se houver envolvimento renal, tratamentos adicionais, como diálise ou suporte renal, podem ser necessários.
4. Monitoramento
Visitas frequentes de acompanhamento ao veterinário são cruciais para monitorar a resposta do cão ao tratamento. Exames de sangue, exames de imagem e culturas podem ser necessários para avaliar o progresso da infecção.
Prognóstico para cães com aspergilose disseminada
O prognóstico para cães com aspergilose disseminada depende da gravidade da infecção, dos órgãos envolvidos e de como o tratamento precoce começa. Cães com aspergilose disseminada podem sobreviver se tratados de forma rápida e agressiva, mas a infecção pode ser fatal se afetar órgãos críticos, como o cérebro ou os rins.
Em geral, os cães que têm apenas doença leve a moderada e respondem bem à terapia antifúngica têm um prognóstico melhor. No entanto, o prognóstico geral é reservado e alguns cães podem não se recuperar totalmente, mesmo com tratamento.
Prevenção da aspergilose disseminada em cães
Embora nem sempre seja possível prevenir a aspergilose, certas medidas podem reduzir o risco:
- Evite ambientes mofados: Mantenha os cães longe de áreas úmidas ou mofadas, onde é provável que haja esporos de fungos.
- Monitore a saúde imunológica: Certifique-se de que os cães com sistema imunológico enfraquecido, como aqueles em terapia com corticosteróides a longo prazo, sejam monitorados de perto quanto a sinais de infecção fúngica.
(Líquido de reforço de imunidade para cães) - Consciência da raça: Certas raças, particularmente os pastores alemães, são mais propensas à aspergilose, por isso é importante estar extremamente vigilante nesses casos.
Conclusão
A aspergilose disseminada em cães é uma infecção fúngica rara, mas grave, que pode afetar vários órgãos e levar a doenças graves ou até mesmo à morte. A detecção precoce, o diagnóstico preciso e o tratamento antifúngico adequado são essenciais para melhorar as chances de recuperação. Embora o tratamento possa ser desafiador, o prognóstico pode ser favorável para cães que recebem cuidados rápidos e agressivos. Se você suspeitar que seu cão pode ter aspergilose ou está apresentando sintomas de uma infecção respiratória ou sistêmica, é essencial consultar um veterinário imediatamente.

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