Distúrbios da hipófise comuns em cães

icon March 8, 2025
by:puaintapets

A glândula pituitária, muitas vezes chamada de "glândula mestra", desempenha um papel crucial na regulação de várias funções hormonais no corpo de um cão. Localizada na base do cérebro, essa glândula pequena, mas poderosa, secreta hormônios que influenciam o crescimento, o metabolismo, a reprodução e a saúde geral. No entanto, quando a glândula pituitária funciona mal, pode levar a vários distúrbios que afetam significativamente a saúde e o bem-estar de um cão. 

Os distúrbios hipofisários em cães podem ser complexos e difíceis de gerenciar, exigindo uma compreensão profunda de suas causas, sintomas e opções de tratamento. Este guia abrangente explorará distúrbios comuns da hipófise em cães, incluindo doença de Cushing, diabetes insípido e nanismo hipofisário, entre outros. Ao final deste artigo, você terá uma compreensão mais clara dessas condições e como elas podem ser gerenciadas de forma eficaz para melhorar a qualidade de vida do seu cão.


Visão geral da glândula pituitária e suas funções

A glândula pituitária é dividida em duas partes principais: a hipófise anterior e a hipófise posterior, cada uma responsável pela secreção de diferentes hormônios:

Hormônios da hipófise anterior:
Essa parte da glândula produz hormônios como hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), hormônio do crescimento (GH), hormônio estimulante da tireoide (TSH) e prolactina, entre outros. Esses hormônios regulam uma ampla gama de funções do corpo, desde o metabolismo e a resposta ao estresse até o crescimento e as funções reprodutivas.

Hormônios da hipófise posterior:
Essa parte da glândula armazena e libera hormônios produzidos pelo hipotálamo, como a ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH), que regulam o equilíbrio hídrico e as funções reprodutivas.

Quando a glândula pituitária não funciona corretamente, pode resultar em vários distúrbios, cada um com seu próprio conjunto de sintomas, desafios diagnósticos e estratégias de tratamento.


Distúrbios da hipófise comuns em cães


1. Doença de Cushing (hiperadrenocorticismo)

Visão geral:
A doença de Cushing é uma das doenças hipofisárias mais comuns em cães, afetando principalmente cães de meia-idade e idosos. Ocorre quando a glândula pituitária produz quantidades excessivas de ACTH, levando à superestimulação das glândulas supra-renais e a uma superprodução de cortisol, um hormônio do estresse.

Causas:

  • Tumor hipofisário:
    Cerca de 85% dos casos de Cushing em cães são causados por um tumor benigno da hipófise que produz ACTH em excesso.
  • Tumor adrenal:
    Menos comumente, um tumor da glândula adrenal pode causar diretamente a doença de Cushing, secretando cortisol excessivo independentemente do controle hipofisário.
  • Causas iatrogênicas:
    O uso prolongado de medicamentos corticosteróides também pode induzir a doença de Cushing.

Sintomas:

  • Aumento da sede e micção:
    O excesso de cortisol leva ao aumento da sede (polidipsia) e micção frequente (poliúria).
  • Aumento do apetite:
    Cães com Cushing geralmente têm um apetite insaciável (polifagia).
  • Queda de cabelo e pele fina:
    Perda de cabelo, especialmente ao longo dos flancos, e afinamento da pele são sintomas comuns.
  • Aparência barriguda:
    A redistribuição de gordura para o abdômen pode causar uma aparência distinta de barriga.
  • Fraqueza muscular e letargia:
    Os cães podem parecer mais fracos e menos ativos do que o normal.

Diagnóstico:

  • Teste de estimulação ACTH:
    Mede a resposta das glândulas supra-renais ao ACTH para determinar os níveis de cortisol.
  • Teste de supressão de dexametasona em baixa dose (LDDS):
    Ajuda a diferenciar entre as causas hipofisárias e adrenais da doença de Cushing.
  • Ultrassonografia e ressonância magnética:
    As técnicas de imagem podem ajudar a identificar tumores nas glândulas supra-renais ou pituitárias.

Tratamento:

  • Medicação: Drogas como trilostano ou mitotano são comumente usadas para controlar a produção de cortisol.
  • Cirurgia: Em casos de tumores adrenais, a remoção cirúrgica pode ser necessária.
  • Radioterapia: Esta pode ser uma opção para tumores hipofisários que não podem ser removidos cirurgicamente.


2. Diabetes insípido

Visão geral:
O diabetes insípido (DI) é um distúrbio raro causado por uma deficiência de hormônio antidiurético (ADH) ou pela incapacidade dos rins de responder ao ADH. Ao contrário do diabetes mellitus, o DI não envolve a regulação do açúcar no sangue, mas afeta o equilíbrio hídrico no corpo.

Causas:

  • Diabetes insípido central:
    Causada pela falta de produção de ADH, geralmente devido a trauma, infecção ou tumor hipofisário.
  • Diabetes insípido nefrogênico:
    Causada pela falha dos rins em responder ao ADH, que pode ser congênito ou adquirido devido a doença renal ou medicamentos.

Sintomas:

  • Sede excessiva (polidipsia):
    Cães com DI geralmente bebem grandes quantidades de água.
  • Micção frequente (poliúria):
    Há uma incapacidade de concentrar a urina, levando a uma micção frequente e diluída.
  • Desidratação:
    Apesar de beber muita água, pode ocorrer desidratação se a ingestão de água não acompanhar a produção de urina.
  • Perda de peso:
    A desidratação crônica pode levar à perda de peso e a uma má condição da pelagem.

Diagnóstico:

  • Teste de Privação de Água:
    Avalia a capacidade do corpo de concentrar a urina quando a ingestão de água é restrita.
  • Teste de resposta do ADH:
    A administração de ADH sintético pode ajudar a determinar se o DI é central ou nefrogênico.

Tratamento:

  • Desmopressina:
    Uma forma sintética de ADH é usada para gerenciar o DI central, reduzindo a produção de urina e a sede.
  • Ajustes de dieta e medicação:
    Para DI nefrogênico, o tratamento pode incluir mudanças na dieta e medicamentos que ajudam os rins a responder melhor ao ADH.


3. Nanismo hipofisário (deficiência de hormônio do crescimento)

Visão geral:
O nanismo hipofisário é uma condição resultante da produção inadequada de hormônio do crescimento (GH), geralmente devido a malformações congênitas ou mutações genéticas que afetam a glândula pituitária. É mais comumente visto em certas raças, como pastores alemães e cães de ursos da Carélia.

Causas:

  • Malformação hipofisária congênita:
    A causa mais comum, levando ao subdesenvolvimento da glândula.
  • Mutações genéticas:
    Mutações nos genes responsáveis pelo desenvolvimento da hipófise também podem levar ao nanismo.

Sintomas:

  • Crescimento atrofiado:
    Os filhotes afetados são visivelmente menores do que seus irmãos de ninhada e não crescem a uma taxa normal.
  • Maturidade sexual atrasada ou ausente:
    Cães com nanismo hipofisário muitas vezes não conseguem atingir a maturidade sexual.
  • Casaco de cachorro retido:
    O cão pode reter uma pelagem macia e semelhante a um filhote que não amadurece.
  • Pele fina e alopecia:
    Perda de cabelo e pele fina e facilmente danificada são sintomas comuns.
  • Problemas comportamentais:
    Alguns cães podem apresentar comportamento nervoso ou tímido.

Diagnóstico:

  • Exames de sangue:
    Baixos níveis de hormônio do crescimento, hormônio tireoidiano e outros hormônios hipofisários podem confirmar o diagnóstico.
  • Teste genético:
    Raças específicas podem ser testadas para mutações genéticas associadas ao nanismo.

Tratamento:

  • Terapia com hormônio do crescimento:
    A administração de hormônio do crescimento sintético pode ajudar a melhorar o crescimento e a qualidade da pelagem, embora a disponibilidade e a eficácia possam variar.
  • Suplementação de hormônio tireoidiano:
    Muitos cães anões têm hipotireoidismo concomitante que requer tratamento.


4. Tumores hipofisários

Visão geral:
Os tumores hipofisários, tanto benignos quanto malignos, podem levar a vários desequilíbrios hormonais, dependendo do tipo de células envolvidas. Esses tumores podem causar doença de Cushing, acromegalia (excesso de hormônio do crescimento) ou outros distúrbios hormonais.

Causas:

  • Adenomas e adenocarcinomas:
    Estes são os tipos mais comuns de tumores hipofisários, sendo os adenomas benignos e os adenocarcinomas malignos.
  • Predisposição genética:
    Alguns cães podem ser geneticamente predispostos a desenvolver tumores hipofisários.

Sintomas:

  • Sinais neurológicos:
    Tumores grandes podem pressionar o tecido cerebral circundante, causando sintomas como convulsões, cegueira ou alterações comportamentais.
  • Desequilíbrios hormonais:
    Dependendo do tipo de tumor, os sintomas podem espelhar os da doença de Cushing, diabetes insípido ou outros distúrbios hormonais.
  • Letargia e fraqueza:
    Sinais gerais de doença e níveis de atividade reduzidos.

Diagnóstico:

  • Ressonância magnética ou tomografia computadorizada: A imagem é essencial para visualizar o tumor e determinar seu tamanho e impacto.
  • Teste hormonal: Os exames de sangue podem avaliar os níveis de vários hormônios hipofisários para orientar o diagnóstico.

Tratamento:

  • Cirurgia:
    A remoção cirúrgica de tumores acessíveis pode ser curativa, mas é complexa e arriscada.
  • Radioterapia:
    A radiação pode encolher tumores que não podem ser removidos cirurgicamente, ajudando a controlar os sintomas.
  • Medicação:
    Os desequilíbrios hormonais causados por tumores podem ser controlados com medicamentos específicos para a doença.


5. Acromegalia (excesso de produção de hormônio do crescimento)

Visão geral:
A acromegalia é um distúrbio raro causado pela produção excessiva de hormônio do crescimento, geralmente devido a um tumor hipofisário. Afeta principalmente cães de meia-idade a mais velhos, especialmente fêmeas intactas.

Causas:

  • Tumores hipofisários:
    A causa mais comum, levando à secreção descontrolada do hormônio do crescimento.
  • Exposição crônica à progesterona:
    Em alguns casos, o excesso de progesterona pode estimular a produção do hormônio do crescimento.

Sintomas:

  • Características faciais e membros aumentados: Crescimento perceptível na cabeça, mandíbula e membros.
  • Pele espessa: A pele pode ficar mais espessa e mais propensa a infecções.
  • Aumento do tamanho do órgão: Órgãos como coração, fígado e rins podem aumentar, levando a problemas de saúde secundários.
  • Diabetes mellitus: A acromegalia geralmente leva à resistência à insulina e subsequente diabetes.

Diagnóstico:

  • Exames de sangue: Níveis elevados de hormônio do crescimento e fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) são indicativos de acromegalia.
  • Imagem: A ressonância magnética pode ajudar a identificar a presença de um tumor hipofisário.

Tratamento:

  • Cirurgia e radiação: Para remover ou encolher o tumor.
  • Terapia hormonal: Para controlar os sintomas relacionados ao excesso de hormônio do crescimento e seus efeitos.


Conclusão

Os distúrbios hipofisários em cães, embora variados em sua apresentação e complexidade, compartilham um traço comum: eles afetam significativamente a saúde e a qualidade de vida de um cão. Compreender essas condições, desde a doença de Cushing e diabetes insípido até o nanismo hipofisário e acromegalia, é essencial para a detecção precoce e o manejo eficaz.

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